Webdesign: tendências de cores para 2023

Tendências de Cores
Gabriela Polidoro Lima
UX Designer & Content Writer

A cada novo ano que se inicia há sempre a expectativa de quais serão os novos conceitos e tendências, seja para a moda, para o design, para a decoração e até no que se trata do comportamento de consumo.

Com o crescimento expressivo do mercado digital, não poderiam faltar as grandes previsões mundiais quando se fala de novidades e inovações para esta área também.

Por isso, para quem trabalha com o universo Web, fique atento às tendências de cores para o ano de 2023.

Gabriela Polidoro Lima
UX Designer & Content Writer

A cada novo ano que se inicia há sempre a expectativa de quais serão os novos conceitos e tendências, seja para a moda, para o design, para a decoração e até no que se trata do comportamento de consumo.

Com o crescimento expressivo do mercado digital, não poderiam faltar as grandes previsões mundiais quando se fala de novidades e inovações para esta área também.

Por isso, para quem trabalha com o universo Web, fique atento às tendências de cores para o ano de 2023.

Tendências de Cores para 2023

Uma vez as tendências eram apenas direcionadas à Moda e eram ditadas por grandes empresas de pesquisa como a WGSN e a Pantone. Das passerelles para as vitrines, depois para as ruas, esses eram os ambientes onde poderia ser confirmada a adesão das tendências ditadas a cada ano. Atualmente, e principalmente após a pandemia do COVID-19, essas tendências tiveram de ser também adaptadas ao universo digital, pois as grandes marcas dos setores do retalho e do calçado precisaram de ampliar a sua atuação para esse novo habitat. O que os consumidores veem nas vitrines e passerelles deve estar coerente com o que eles veem nos websites e e-commerce dessas mesmas marcas, por isso, a escolha do visual e das cores não pode apenas seguir tendências, mas fazer parte de todo um conceito e linguagem visual de cada marca.

Com essa mudança de cenário, é essencial ter em mente a importância e o impacto que as cores têm num projeto digital, seja um site, um blog ou uma aplicação.

A primeira leitura feita pelos utilizadores é feita nos primeiros 90 segundos de exposição e 90% do resultado dessa leitura é impactado pela cor.

Assim, além de saber quais as cores tendência é imprescindível entender como utilizá-las. Vamos a isso?

Qual a cor do ano para 2023 eleita pela Pantone?

A marca PANTONE®, foi criada pela Pantone Inc. sediada nos EUA e considerada a autoridade em cores no mundo por ter criado, em 1967, uma linguagem padrão para a comunicação e gestão de cores, desde o designer até ao consumidor final. A tonalidade Viva-Magenta, é a escolhida como cor do ano para 2023, que traz consigo uma paleta de cores combinante denominada Magentaverse – nome que já deixa claro a influência forte do universo digital. No site oficial da marca, a cor é descrita como corajosa, destemida e pulsante, cuja exuberância promove alegria e uma celebração otimista, escrevendo uma nova narrativa.

Segundo Leatrice Eiseman, Diretora executiva da marca:

“Na era da tecnologia, nós procuramos desenhar inspirados pela natureza e por aquilo que é real. PANTONE 18-1750 Viva Magenta, é inspirado no vermelho da cochonilha, um dos corantes mais preciosos pertencentes à família dos corantes naturais e também um dos mais fortes e brilhantes que o mundo já conheceu. A cor reconecta-nos ao que realmente importa, invocando as forças da natureza e ajudando-nos a construir a nossa força interior.”


A
homepage do site dá as boas-vindas à Viva Magenta, a cor de 2023, e mostra a paleta Magentaverse com os códigos das cores escolhidas pela Pantone.

Fonte: Pantone

Digital Lavender – A Cor Tendência 2023 da WGSN

A autoridade global em previsão de tendências de consumo WGSN, também escolheu uma cor para representar o ano de 2023 e a conexão com a tecnologia já está explícita no nome: Digital Lavender. Fundada em 1998, no oeste de Londres, a empresa desenvolve pesquisas aprofundadas que incluem curadoria de dados, análises globais produzindo matérias e ferramentas necessárias para entender o comportamento do público.

“A Digital Lavender é uma cor género-inclusiva já estabelecida no mercado jovem e espera-se que isso se amplie para todas as categorias de moda em 2023. O aspecto sinestésico desta cor torna-a ideal para rituais de autocuidado, práticas terapêuticas e produtos de bem-estar.” Relata a empresa que desenvolveu a cor através do Coloro, sistema projetado para criação e execução de padrões de cor com total confiança. Além de ditar tendências de moda e comportamentais, a WGSN orienta também o mercado digital e indica a cor “para eletrónica, bem-estar digital, iluminação voltada para a qualidade de vida e artigos para a casa.”


Com o excesso de informações e a digitalização em crescente ascensão, ambas as empresas indicam cores que apontam para um movimento contrário, trazendo estabilidade e equilíbrio. Para elas, as cores tendência de 2023 prometem convergir os mundos físico e virtual, conectando os utilizadores ao bem-estar e trazendo força e saúde mental.

Fonte: WGSN

Outras cores que a WGSN aponta como tendência para 2023

Além da principal, Digital Lavender, a WGSN indica mais 4 cores que representam o novo momento que o mundo irá viver em 2023, depois de 3 anos de imposições e distanciamento: Astro Dust, Galactic Cobalt, Sage Leaf e Apricot Crush. Para ver o vídeo de lançamento das cores e saber mais sobre cada uma delas, basta clicar aqui.

Fonte: WGSN

Antes de escolher as cores, o que se deve ter em consideração?

Falando especificamente sobre o universo digital, ao escolher as cores que serão utilizadas num projeto, é essencial considerar alguns pontos importantes:

Compreensão

De que adianta aplicar as cores mais incríveis de 2023 se o utilizador não consegue entender a mensagem que a marca está a transmitir? Legibilidade, acessibilidade e adaptabilidade são as palavras-chave para ter um bom desempenho digital.

  1. Legibilidade – nível certo de contraste entre fundo e texto;
  2. Acessibilidade – além das cores, é essencial lembrar que há quem não consiga simplesmente ver as cores e, por isso, deve ter acesso à locução;
  3. Adaptabilidade – modo noturno, nível de saturação e luminosidade também influenciam a compreensão e demonstram um cuidado importante com os utilizadores.

Para saber se está no caminho certo, existem diversas ferramentas que permitem testar se as cores que está a utilizar proporcionam uma boa leitura aos utilizadores. Aqui seguem alguns sites:

  • https://abc.useallfive.com/ – testa rapidamente os contrastes. É só inserir os códigos das cores e ele gera os resultados de contraste e sobreposição.
  • https://colorable.jxnblk.com/ ferramenta que pode ser usada para aumentar a legibilidade de textos com cores em alto contraste.
  • https://www.colororacle.org/ – extensão disponível para Mac e Windows que mostra em tempo real o que as pessoas com deficiências visuais verão.

Coerência com a marca

Seguir um guia de estilo de marca é fundamental para ter coerência na comunicação. Por mais que a tendência de cores de 2023 seja o Viva Magenta, não deve simplesmente trocar a cor do seu site ou app por causa disso, sabendo que a sua marca tem a cor verde como principal, por exemplo. Utilizar uma comunicação distinta em diferentes pontos de comunicação pode gerar confusão, frustração e inclusive transmitir instabilidade. Imagine um utilizador questionar-se se está mesmo no site oficial da marca justamente porque, ao entrar, não vê, de imediato, a linguagem visual que está acostumado a ver? A rápida identificação é fundamental para gerar conexão e manter o utilizador ativo e próximo.

Um bom exemplo de comunicação é a mundialmente famosa marca de joias Tiffany & Co que já é extremamente reconhecida pelo uso de um tom de azul muito particular na sua comunicação gráfica, lojas e embalagens. A tonalidade específica utilizada pela marca inclusive já é comumente denominada de Azul Tiffany, ou seja, transformou-se num padrão mundialmente reconhecido.

Significado das cores e as sensações que elas transmitem

As sensações que as cores transmitem são muito discutidas, principalmente no final e início de um novo ano. As cores têm diversos significados e estar atentos á esses significados pode ajudar, e muito, na escolha das cores de um produto digital.

Cores e as sensações conectadas às cores:

  • Rosa: romantismo, inocência e amor.
  • Violeta: espiritualidade, intuição, sabedoria e serenidade.
  • Vermelho: cor alegre de ação, paixão, coragem e autoconfiança.
  • Laranja: alegria, sucesso, simpatia e cooperação.
  • Amarelo: criatividade, boa sorte e comunicação.
  • Verde: energia, esperança, regeneração e natureza.
  • Azul: purificação, harmonia, compreensão e clareza de entendimento.
  • Branco: harmoniza, paz, pureza, positividade.
  • Preto: independência, dignidade e poder de decisão.

Fonte: Tiffany & Co

Como podemos ver nas imagens acima, o site da Tiffany & Co, apesar de ser muito limpo e claro, para evidenciar os produtos que está a vender, traz a cor de forma subtil a fim de manter a coerência visual da sua comunicação.

  • Numa imagem, o ecrã inicial do site oficial da marca, traz uma informação no topo da Homepage com a cor no fundo, destacando a mensagem.
  • Na outra imagem, a sombra produzida pelas joias nas imagens dos destaques, traz a cor quase como uma marca d´água, além de estar na imagem maior, que destaca a caixinha onde a joia é guardada.
  • Noutro screenshot do mesmo site, mesmo utilizando cores de grande contraste no fundo (amarelo e laranja), elas não se sobrepõem, pelo contrário, destacam ainda mais a cor da marca na famosa embalagem com laço branco.

 

Além da Tiffany & Co, outras marcas são extremamente eficazes ao utilizar seu padrão de cores em diferentes pontos de comunicação, destacando-se e cativando os consumidores. A rede de fast-food McDonald´s quase não precisa mais utilizar o logotipo inteiro pois ao combinar as duas cores primárias amarelo e vermelho criou uma identidade reconhecida em qualquer lugar do mundo. Se um dia uma das lojas do McDonald´s mudasse suas cores para verde e branco os consumidores poderiam pensar que estavam a entrar em uma loja da Starbucks, outra marca que também criou sua identidade na combinação de cores sempre em destaque em sua comunicação e produtos.

Para além desses significados e referências já populares, ao criar uma marca ou comunicar alguma mensagem é sempre válido considerar alguns fatores relacionados com as cores e o impacto que elas têm sobre os utilizadores. Diversos estudos já realizados sobre a interferência e importância das cores no universo digital, revela que ela pode melhorar a compreensão de uma mensagem em até 73%, a capacidade de aprender em até 68% e facilitar a leitura até 40%.

Veja alguns exemplos de marcas e o que as cores escolhidas por elas transmitem aos seus utilizadores:

Coca-Colavermelho – transmite alegria, vibração e celebração, conceito principal da marca Apple – branco ou prata – a cor transmite tecnologia, inovação e modernidade

Fedexlaranja – cor que transmite rapidez e cooperação

Facebook – azul – a cor transmite confiança e transparência

Assim, é muito importante considerar o que as cores transmitem ao escolher quais as cores a utilizar no seu logotipo, na base da homepage do seu website, num botão call to action ou no ícone da sua app.

Além do que se quer transmitir através da cor, deve-se sempre ter em mente, os valores da marca e a cultura da empresa, todos esses elementos devem estar em harmonia para que, visualmente, o logotipo e a comunicação reflitam exatamente o que a empresa e a marca querem dizer aos seus clientes e consumidores.

Se está a trabalhar com uma marca que já tem uma cor definida, deve-se ter cuidado ao combiná-la com outras cores, pois elas podem destacar, contrastar ou até sobrepor a cor principal, resultando no oposto ao desejado. Cores contrastantes nem sempre destacam a cor principal, elas podem também ofuscar ou criar confusão mental. Combinar cores vibrantes com outras mais neutras funciona sempre, assim como juntar cores da mesma paleta, escolhendo tons diferentes da mesma cor, uns mais claros e outros mais escuros.

A dica é sempre escolher uma cor principal – ou utilizar a cor da marca – e depois combinar mais 1 até 3 cores extras que irão compor a paleta visual do projeto ou style guide. Essa paleta deve ser aplicada em toda a comunicação, seja ela online ou offline.

Para ajudar na criação de paletas de cores, há disponíveis algumas ferramentas gratuitas como Paleta de Cores , Cohesive Colors e 0 to 255

Além de testar a usabilidade das combinações de cores escolhidas, conforme já mencionado, é sempre válido criar uma imagem visual do produto e testar com os próprios utilizadores para saber a opinião. Nada melhor do que testar na prática a eficiência da paleta de cores escolhida.

Leia também: Como a imagem influencia o sucesso da marca

Design Thinking nos negócios

Pauliny Zito
Planner, copywriter e copydesk

Mais do que uma ferramenta, o Design Thinking é um processo de pensamento crítico e criativo para projetar, planear e desenhar um projeto.

É uma forma de abordagem moderna e inovadora que pode ser utilizada em diversos contextos e em qualquer sector.

Pauliny Zito
Planner, copywriter e copydesk


Mais do que uma ferramenta, o Design Thinking é um processo de pensamento crítico e criativo para projetar, planear e desenhar um projeto.

É uma forma de abordagem moderna e inovadora que pode ser utilizada em diversos contextos e em qualquer sector.

De acordo com a Universidade Nova de Lisboa, o Design Thinking:

  • Centra-se na pessoa – começa com uma profunda empatia e conhecimento das necessidades e motivações das pessoas;
  • É colaborativo – beneficia de diversos pontos de vista e perspetivas e é um processo em que a criatividade de um reforça a criatividade de todos;
  • É otimista – acredita que todos podemos criar mudança – não importa quão grande é o problema, quão curto é o tempo ou quão baixo é o orçamento.

Embora o termo “design thinking” já fosse utilizado desde os anos 1970 nos Estados Unidos como uma abordagem criativa, na ciência, engenharia, arquitetura, educação e pesquisa académica, foi somente em 1991 que Tom e David Kelley e Tim Brown sistematizaram as ideias do Design Thinking na metodologia voltada para a gestão de empresas.

A abordagem só começou a ganhar força fora da comunidade de design após o artigo da Harvard Business Review de 2008 [assinatura necessária] intitulado Design Thinking por Tim Brown, CEO e presidente da empresa de design IDEO.

Fonte: Foto de Alena Darmel

Design Thinking

O Design Thinking é uma metodologia utilizada para criar novos produtos, serviços, processos, ou para resolução de problemas. Entretanto, uma metodologia que valoriza a criatividade, experimentação e empatia para encontrar soluções inovadoras, ágeis, práticas e seguras nos negócios.

O principal diferencial é a multidisciplinaridade, a envolver, portanto, pessoas de diversas áreas da empresa.

Fonte: Foto de Cottonbro

Pilares do Design Thinking

Inspiração

Perceber o problema ou oportunidade, estudo das possibilidades, da concorrência e do comportamento do público-alvo. Pesquisar e juntar materiais para inspirar.

Empatia

Colocar-se no lugar do outro e perceber suas necessidades, tanto do público-alvo quanto do público interno da empresa.

Criatividade

Ter a capacidade de fazer conexões entre os dados e opiniões distintas coletadas a fim de encontrar algo em comum entre eles.

Depois é necessário implementar as ideias para obter feedbacks e aprender com os erros, que são inevitáveis.

Etapas do Design Thinking

Cada empresa possui a sua cultura organizacional e as suas particularidades e, por isso, deve avaliar as melhores ferramentas a serem usadas em cada etapa do Design Thinking e, se necessário, adaptar as etapas à sua realidade, para alcançar o objetivo. São basicamente cinco as etapas do Design Thinking, a saber:

1. Imersão ou Empatia

É a fase do entendimento, em que se discute o problema, define-se o propósito e os limites do projeto, faz-se a análise SWOT (Strenghts, Weaknesses, Opportunities, Threats) ou, em português, FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças) da empresa, pesquisas exploratórias e de referência. E depois, entrevistas e trabalhos de campo para gerar insights.

2. Definição

É a fase de analisar e organizar o material, identificar padrões e categorizar as ideias, sintetizar. Fazer uma representação gráfica deste material ajuda na visualização do problema. A seguir, filtrar os insights, definir o público-alvo e uma linha de trabalho.

3. Ideação 

É a fase de pensar em uma solução para o problema, tendo em mente que nenhuma solução é ideal. É fundamental usar métodos para explorar ao máximo a criatividade das pessoas envolvidas, incentivando a experimentação e os erros (inevitáveis).

4. Prototipagem

É a fase do protótipo, ou seja, produzir um Produto Mínimo Viável (Minimum Viable Product ou MVP, sigla em inglês). É feita uma versão simples do produto para um período de testes. 

Para criar o MVP, responda a essas três questões:

1) Que solução oferece? Qual é o seu verdadeiro diferencial? 

2) Como funciona essa solução? O que o seu produto/serviço entrega que os outros não entregam?

3) Qual é o resultado esperado para o seu cliente?

5. Implementação

É a fase de implementar a solução. No caso de o produto ser validado, fazer os devidos ajustes e lançar o produto ou serviço no mercado.

Mas atenção, o trabalho não acaba por aqui, tendo em conta que a empresa deve manter um processo de aperfeiçoamento contínuo de cada projeto.

Imagem: Interaction Design Foundation.

Imagem: Interaction Design Foundation.

Estas etapas nem sempre são sequenciais e as equipas muitas vezes executam-nas em paralelo, fora de ordem e repetem-nas de forma iterativa.

Já a MIT Management Sloan School classifica o Design Thinking em quatro etapas:

1. Perceber o problema;
2. Desenvolver possíveis soluções;
3. Prototipar, testar e repetir;
4. Implementar

Fonte: MIT Management Sloan School

Técnicas e ferramentas do Design Thinking

O Design Thinking possui uma série de técnicas e ferramentas colaborativas. Cabe ao gestor identificar aquelas que mais bem funcionam dentro do contexto do projeto e cultura da empresa.

Este artigo lista e descreve 25 técnicas e ferramentas do Design Thinking, que passo a citar em baixo.

Na etapa de Imersão:

1. Reenquadramento

2. Pesquisa Exploratória

3. Pesquisa Desk

4. Entrevistas

5. Cadernos de Sensibilização

6. Sessões Generativas

7. Um dia na vida

8. Sombra

Na etapa de Definição (ou Análise e Síntese):

9. Cartões de Insight

10. Diagrama de Afinidade

11. Mapa Conceitual

12. Critérios Norteadores

13. Personas

14. Mapa da Empatia (conhecimento obtido através de entrevistas com clientes)

15. Jornada do Usuário

16. Blueprint

Na etapa de Ideação:

17. Brainstorming (reunião entre pessoas de diversas áreas da empresa para pensar em ideias, apresentá-las e discuti-las, sem filtros, num curto espaço de tempo)

18. Workshop de Cocriação (encontro organizado na forma de uma série de atividades em grupo com o objetivo de estimular a criatividade e a colaboração, fomentando a criação de soluções inovadoras)

19. Cardápio de Ideias

20. Matriz de Posicionamento

Na etapa de Prototipagem:

1. Protótipo em Papel

2. Modelo de Volume

3. Encenação

4. Storyboard

5. Protótipos de Serviços 

Outras duas ferramentas muito importantes e que vêm sendo cada vez mais utilizadas pelas empresas são:

Ludificação: utiliza-se da dinâmica e do entretenimento dos jogos para tornar uma atividade lúdica (pode ser utilizada em qualquer etapa do processo).

Cocriação com o Cliente: consiste em convidar o cliente a participar do processo de criação do produto, quer pessoalmente, quer virtualmente (nas etapas de Ideação e Prototipagem).

Como aplicar o Design Thinking na sua empresa

Para aplicar a metodologia de Design Thinking na sua empresa, antes de tudo, a cultura da empresa deve possibilitar que isso aconteça. Como?

Que tal começar por:

  • Prover um ambiente confortável, seguro, aberto a novas ideias;
  • Ter uma equipa multidisciplinar focada em aproximar-se do público e criar empatia sobre a solução do desafio;
  • Adotar estratégias de coleta e análise de dados.

Foto de fauxels

Empresa Totvs seguiu o método Design Thinking

A Totvs, que produz softwares e aplicações para outras empresas, utilizou o método de Design Thinking para tornar os seus produtos mais “amigáveis” aos dispositivos móveis (tablets e smartphones, especificamente).

Primeiro, a empresa fez uma pesquisa para conhecer melhor os seus clientes com o objetivo de compreender seus atuais problemas e necessidades.

No caso dos clientes retalhistas, identificou que essas empresas precisavam de um software simples, que permitisse ao vendedor acompanhar o consumidor pela loja e efetuar a venda através do dispositivo, sem precisar de passar na caixa de pagamento.

Depois de mapear as necessidades, a Totvs organizou as ideias num mural com post-its coloridos, com a colaboração de funcionários de diferentes sectores.

A seguir, criou um protótipo do produto, apresentou ao cliente e ouviu as sugestões dele. Então, fez as devidas alterações e apresentou o protótipo do produto final.

Aprovada essa última versão, a empresa entregou o produto pronto para ser utilizado, mas não totalmente acabado. Assim, foi possível observar a experiência do cliente e fazer as atualizações necessárias, sempre a promover a melhoria contínua.

Dessa forma, a Totvs conseguiu, por meio do Design Thinking, evitar retrabalhos e otimizar o tempo de produção do software.

Por que a sua empresa deve investir no Design Thinking?

O gestor de um negócio, nos dias de hoje, tem de ter grande capacidade de adaptação, para além de saber inovar. O Design Thinking é uma metodologia que possibilita e contribui imenso nesse processo, pois, a partir dele, é possível encontrar respostas rápidas e eficazes para as questões mais relevantes do negócio.

Os conceitos de multidisciplinaridade, empatia e criatividade, se bem aplicados, trazem grandes benefícios, não só no âmbito de projetos, mas também no dia a dia da empresa.

Eles devem fazer parte da cultura organizacional para uma real transformação de dentro para fora. A cultura organizacional deve ser focada na colaboração, cooperação e incentivo à criatividade em todos os processos.

O custo de implementação do Design Thinking é reduzido e traz grande vantagem competitiva para a empresa.

Além disso, por agregar colaboradores de todas as áreas, o resultado são profissionais mais felizes, motivados e integrados na empresa e uns com os outros, e por consequência mais produtivos também.

Rebranding: como a imagem influencia o sucesso da marca

Inês Tito
Copywriter

As marcas são entidades vivas. São dinâmicas. E estão em constante mutação. 

Na verdade, a sobrevivência de uma marca está intimamente relacionada com a sua capacidade para adaptar-se aos desejos dos consumidores.

Inês Tito
Copywriter

As marcas são entidades vivas. São dinâmicas. E estão em constante mutação. 

Na verdade, a sobrevivência de uma marca está intimamente relacionada com a sua capacidade para adaptar-se aos desejos dos consumidores.

Contudo, para seguir em frente, por vezes é necessário um corte abrupto com o passado. Uma rutura desta ordem pode revitalizar uma marca e fazê-la crescer. Ou, pelo contrário, pode acarretar consequências irreversíveis. Posto isto, como saber qual o caminho a seguir?

O reposicionamento do Instagram é um exemplo de como o risco calculado resultou numa estratégia de sucesso.

Fonte: Vecteezy

Revitalização da marca através do rebranding

O rebranding, ou estratégia de reposicionamento, é um processo utilizado para alterar os elementos que definem uma marca. Contudo, não significa que estamos a criar uma marca nova. Na verdade, estamos apenas a dar-lhe uma “renovação de visual”. O objetivo é apresentar aos consumidores uma nova identidade com que possam relacionar-se.

Os motivos (certos) para o rebranding

Alterar a imagem da marca pode ser uma ideia tentadora quando há pouco envolvimento dos consumidores ou quando as vendas estão em declínio. 

No entanto, antes de avançar com uma estratégia de reposicionamento, é importante compreender o motivo desses resultados. Por vezes, basta criar uma nova estratégia de marketing e apresentar o produto numa perspetiva diferente.

Se, por outro lado, a imagem da marca está desatualizada ou não reflete a missão e valores da empresa, talvez o rebranding seja a solução. Porém, existem outros motivos igualmente válidos:

  • Nova missão, visão e valores

À medida que uma marca evolui, a sua missão, visão e valores podem alterar-se. Por isso, é importante rever o modelo de negócio e de que modo este se reflete na imagem transmitida aos consumidores.

  • Fusões e aquisições

No mundo dos negócios, as aquisições e fusões entre empresas são comuns. No entanto, para o consumidor pode ser confuso diferenciar a nova marca das pré-existentes. Por isso, é importante apresentar a nova identidade da marca através de uma imagem renovada. 

  • Reposicionamento no mercado

O reposicionamento da marca pode decorrer da criação de produtos e serviços, para alcançar um novo público-alvo. Neste caso, apesar da missão, visão e valores da empresa manterem-se inalterados, é necessário atualizar a imagem da marca.

  • Novos mercados

Quando o objetivo é a expansão internacional, é natural que os novos consumidores não tenham qualquer relação com a atual imagem da marca. Assim, para promover a identificação com a marca, pode ser necessário alterar o logótipo ou até o nome da empresa, ou do produto.

Estratégias de rebranding

O sucesso de um plano de reposicionamento de marca depende de um estudo de mercado exaustivo. Sem conhecermos o nosso público-alvo, os nossos concorrentes e a perceção da marca nos consumidores, como podemos definir os próximos passos?

Além disso, é necessário avaliar a missão, visão e valores da marca. Estarão alinhados com a mensagem que a marca pretende transmitir?

Uma vez clarificados estes aspetos, é tempo de tomar decisões.

Rebranding total

O reposicionamento total resulta numa mudança completa da imagem da marca, que pode incluir a missão e valores da empresa. 

Nesta estratégia, é comum a criação de um novo logótipo. Além disso, pode ser alterado o nome da marca, slogan, esquema de cores e tipo de letra. O resultado é uma imagem totalmente distinta da original. 

Com esta estratégia, a identidade da marca é posta à prova. 

No caso de marcas consolidadas no mercado, esta abordagem pode trazer danos irreparáveis. Os consumidores fidelizados podem ter dificuldade em associar a marca ao produto e, para os investidores, isso significa perdas avultadas. Em última instância, resta reverter todo o processo e voltar à imagem original

Rebranding parcial

Através do reposicionamento parcial são feitos pequenos ajustes à imagem da marca. Em muitos casos, é apenas necessário alterar o logótipo e manter o esquema de cores original. Noutros, a imagem mantém-se. O que muda é a voz da marca.

Esta estratégia é utilizada por marcas maduras que pretendem apenas renovar a sua imagem e reter os clientes fidelizados. Desta forma, o consumidor reconhece a marca e os seus produtos, através de uma imagem melhorada.

Instagram: O sucesso de um rebranding arriscado 

A primeira revolução instituída pelo Instagram foi o seu aparecimento. 

A segunda foi o rebranding de 2016.

Fonte: Unsplash

Em 2010, a rede social Instagram surpreendeu devido ao seu conceito inovador: uma plataforma dedicada a conteúdos visuais, criados a partir de dispositivos móveis. Rapidamente, qualquer pessoa, em qualquer lugar, poderia publicar e partilhar fotos com amigos e familiares.

Esta ideia simples transformou-se numa receita de sucesso. Passados seis anos, o Instagram contava com 400 milhões de utilizadores. Por esta altura, era claro que a rede social tinha crescido o suficiente para ser necessário rever a comunicação da marca. 

A necessidade de mudar

Habitualmente, os processos de reposicionamento surgem para solucionar um problema. 

No caso do Instagram, o “problema” é o cenário de sonho de qualquer executivo: uma marca que cresceu naturalmente, além da sua própria identidade. Este tipo de crescimento obriga a rever a imagem da marca para que esta se mantenha atualizada e acompanhe a sua própria evolução.

O propósito dos utilizadores do Instagram mudara desde o aparecimento da plataforma. Em 2010, a aplicação era essencialmente utilizada para partilhar fotos entre amigos. Contudo, em 2016, eram as empresas que expandiam o seu negócio, apostando em anúncios na plataforma.

Durante este período, a rede social investiu em vários serviços para acompanhar as necessidades dos utilizadores. Entre eles estão as mensagens diretas, os vídeos, os anúncios ou as ferramentas para empresas, como a subscrição de newsletters e compra de produtos.

Além disso, o Instagram apostou na melhoria da experiência do utilizador. Desenvolveu uma interface mais simples e intuitiva, focada na criação e publicação de conteúdos.

Neste sentido, um logótipo inspirado numa máquina fotográfica Polaroid, que nos remete para a nostalgia dos anos 80, dificilmente será associado a uma rede social de última geração.

A transformação de um ícone

O primeiro logótipo do Instagram foi desenvolvido por Kevin Systrom, o cofundador da rede social. Inspirado pela máquina fotográfica Polaroid dos anos 80, o seu intuito era recordar a infância e os momentos passados em família. 

Considerando que o objetivo inicial do Instagram era facilitar a partilha de fotos com amigos e família, este logótipo não poderia ser mais adequado. Por este motivo, nos anos seguintes, o pequeno ícone foi ajustado, para apresentar uma versão atualizada da máquina fotográfica, sem esquecer as suas origens.

Fonte: 1000logos

Assim, quando o novo logótipo foi anunciado em 2016, as reações não se fizeram esperar. Se por um lado houve quem adorasse a nova imagem, do outro estavam os utilizadores fidelizados à imagem original. 

O Instagram simplificou a imagem da antiga máquina fotográfica através de um design minimalista. Além disso, o traçado branco do diafragma da máquina contrasta com o gradiente de cores quentes, inspirado no arco-íris da imagem original. 

A interface também foi atualizada para tons branco e preto. Para Ian Spalter, o responsável pelo rebranding do Instagram, o ícone serviria como uma “porta colorida” para uma aplicação onde “as cores devem surgir dos conteúdos publicados pelos utilizadores”.

Esta mudança drástica gerou grande debate no mundo online. Quer fossem bons ou maus comentários, a controvérsia alimentou a popularidade da aplicação. Assim, apesar da resistência inicial, a mudança revelou ser um sucesso. Em 2018, o Instagram registava um bilião de novos utilizadores em todo o mundo.

A singularidade do rebranding do Instagram

A sociedade moderna vive a um ritmo mais acelerado do que as gerações anteriores. Como consequência, focamos a nossa atenção no que é percetível mais depressa. Não temos tempo a perder e queremos perceber rapidamente o que os nossos sentidos detetam.

Por este motivo, as últimas tendências do design gráfico apresentam elementos em comum que visam facilitar o reconhecimento das marcas. Contudo, no que respeita ao rebranding do Instagram, algumas características são únicas.

  • Simplicidade

Em suma, quanto mais depressa o consumidor perceber do que se trata uma imagem, mais rapidamente associará à marca. Assim, na lógica de “menos é mais”, o novo logótipo do Instagram representa de forma simplificada os elementos-chave da identidade da marca: a partilha de foto e vídeo.

  • Relevância

Para que uma estratégia de reposicionamento seja bem-sucedida, é vital que o logótipo seja relevante para o público-alvo. Ou seja, que informe o público sobre o que se trata aquela imagem. O gradiente de cores e o traçado claro do logótipo do Instagram relevam uma marca de personalidade amigável, onde a imagem, seja em fotografia ou vídeo, é o elemento principal.

  • Memorável

Apesar dos inúmeros estudos conduzidos sobre a memória humana, em muitos aspetos esta permanece um mistério para os investigadores. No entanto, uma coisa é certa: o nosso cérebro simplifica a informação complexa para reter e criar memórias. 

Para uma estratégia de reposicionamento, isto significa que uma imagem com pouco detalhe visual promove o reconhecimento da marca.

Foi esta a aposta do Instagram. Ao apresentar um logótipo limpo e simples, a rede social deixa a sua impressão na memória do utilizador. Além disso, consegue, em simultâneo, comunicar os aspetos mais importantes da personalidade da marca.

  • Intemporal

Num processo de rebranding, é importante pensar a longo prazo, evitando apenas seguir as últimas tendências do design. Com esta estratégia, a marca pode definir qual o caminho a seguir e deixar uma porta aberta para o futuro.

O Instagram alcançou o objetivo da intemporalidade na perfeição. Desde o seu aparecimento, a rede social alterou o foco na fotografia para incluir também o vídeo. Assim, a nova imagem sugere a versatilidade da marca, independentemente do caminho a seguir.

Em 2022, o Instagram continua a reinventar-se. O novo algoritmo trouxe mudanças na apresentação de conteúdos, existindo um maior foco nos conteúdos de vídeo. Como resultado, a plataforma atualizou o gradiente de cores, criou um tipo de letra personalizado, e desenvolveu um novo formato para celebrar a criatividade e autoexpressão.

O que podemos aprender com o rebranding do Instagram?

A mudança é o elemento essencial de qualquer estratégia de rebranding. Na verdade, a mudança faz parte do processo de melhoria contínua que permite a evolução das marcas. 

O Instagram decidiu arriscar e mudar totalmente a imagem a que o mundo já estava familiarizado. Contudo, foi um risco calculado, sustentado por pesquisa e testes exaustivos. Assim, o que podemos aprender com este rebranding?

Conhecer o impacto da marca nos utilizadores e pensar numa estratégia de mercado a longo prazo é importante para apresentar uma nova imagem intemporal, que seja bem aceite pelo público. Durante um ano, a plataforma pesquisou e analisou os dados recolhidos antes de aplicar uma mudança tão drástica.

Além disso, é essencial testar a nova identidade junto de funcionários e consumidores. Através da inquirição a grupos de teste, o Instagram obteve informação vital que conduziu a equipa de rebranding à versão final da nova imagem da marca. 

Por último, é importante aceitar que é impossível agradar a todos. A mudança gera ansiedade e cria resistência ao que é novo. Porém, é essencial para avançar. Este princípio sustentou o processo de rebranding do Instagram, que reconheceu os comentários negativos e, nem por isso, deixou de recolher feedback.

O rebranding do Instagram demonstra a importância de manter uma imagem de marca ajustada às necessidades do utilizador. O que começou como uma mudança chocante, transformou-se num sucesso. Considerando o padrão evolutivo da plataforma, é possível que, no futuro, o Instagram nos surpreenda cada vez mais.